Barata Eletrica nº27:(continua27.txt):13/10/2002 << Back To Barata Eletrica nº 27
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Cunha Muita gente me pergunta hoje como Θ que nπo fiquei rico com a Internet ou como estπo as coisas. Normalmente sπo pessoas que jß perderam o contato com o fanzine faz tempo. E reconheτo, Θ difφcil ler tudo o que escrevo. ╔ muita coisa. Mas, resumindo: Ap≤s aquilo que descrevi como sendo o inφcio do Barata ElΘtrica, muita coisa aconteceu. Os historeadores de plantπo vπo me perdoar a ausΩncia de datas e de nomes. As datas estπo em emails, guardados a 7 chaves, esperando o dia em que vou fazer um trabalho acadΩmico sobre o assunto (falta s≤ orientador). Os nomes e nicks eu vou guardar tambΘm por quΩ jß vi que aparecer no Barata ElΘtrica tanto pode ser uma boa como uma muito ruim. A pessoa fica marcada como hacker ou como cracker. E o que Θ pior, usa meu nome como propaganda. "Sou amigo do Derneval" como se isso fosse algo incrφvel (e de repente atΘ Θ). Entπo vamos aos eventos: Minha vida pessoal se misturou com a do Fanzine, coisa horrφvel. No inφcio de 97, um carinha apareceu querendo continuar onde eu tinha parado, com aquela coisa de reunir uns carinhas de Sπo Paulo para montar a base para um encontro maior, regional e depois um encontro de Hackers tipo os de Amsterdam ou de Nova York. Parecia sincero, veio com um papo de que queria montar encontros em Sπo Paulo e comeτou a reunir uns indivφduos. AtΘ concordei em aparecer. A maioria dos caras eram colegas de trabalho dele. Era um aproveitador, com lßbia, mas nada de hacking na cabeτa, s≤ me dei conta disso bem depois. AtΘ hoje ele coloca meu nome na pßgina comercial dele como se fosse um trofΘu e f⌠ssemos amigos ou tivessemos alguma forma de contato (alguns amigos meus, que tem menos experiΩncia de vida, confiam nesse cara atΘ hoje, vide o caso da novela de Roque Santeiro). Deletei o cara da minha lista e agora tanto o nick quanto o nome dele sπo palavrπo. Mas com minha ajuda (recomendei para muita gente) os encontros em Sπo Paulo viraram uma realidade. Claro que hoje tem vßrios e vßriados tipos de profissionais se encontrando via internet ou em bares. Mas na Θpoca nπo tinha nada do gΩnero e vßrios programadores e aficcionados s≤ tinham vida social nesses encontros de sßbado a noite. As vezes vinham atΘ 30 a 40 pessoas. Eram pessoas que traziam pessoas que traziam pessoas. A internet nπo era uma coisa tπo difundida quanto hoje. Era uma minoria. Dentro dessa minoria estavam os caras que participavam dos encontros de Sπo Paulo, perto da USP. Isso, por volta de julho de 97 em diante (faz alguns anos que isso terminou, Θ bom frisar). Era o ano em que poderia atΘ ter ido pros EUA e criado algo como o Yahoo ou o CadΩ aqui no Brasil, mas preferi ir para a P≤s-graduaτπo. Ao mesmo tempo terminei meu curso na USP, fiquei desempregado e tambΘm tive que mudar de endereτo. E mais ou menos a Θpoca em que a Linuxsp comeτou com os encontros de linuxeiros e tambΘm que as revistas comeτaram a distribuir CDs de Linux da Conectiva, (altamente invadφvel, na Θpoca). Naquele ano de 97 houve tambΘm o encontro de Hackers em Nova York, o BEYOND HOPE e em Amsterdπ, o HIP, HACKIN IN PROGRESS, jß descrito em n·meros anteriores do fanzine, vide URL: http://www.inf.ufsc.br/barata/hip97.htm . Eu me xingo atΘ hoje por nπo ter participado, mas como contei acima, estava aguardando uma vaga de emprego. A revista Super-Interessante nπo se interessou em financiar minha ida para Amsterdπ, entπo cortei todo o papo com a imprensa. Mal sabia eu que imprensa brasileira Θ assim mesmo: ninguΘm paga por reportagem. As reportagens quase sempre sπo c≤pias de assuntos que fazem sucesso lß fora ou entπo sπo divulgaτπo de produtos em forma de notφcia. Eles nπo iriam pagar nem um centavo para que eu fosse atΘ lß cobrir o evento, mas adorariam ler o que eu escrevesse sobre o assunto. Cancelei a idΘia e fui me concentrar no meu mestrado. Resolvi tambΘm parar de ajudar rep≤rteres. Um que era amigo e virou diretor de revista me ofereceu uma vaga de colunista, mas acredita: me deu um n·mero de telefone onde a secretßria sempre informava "ele nπo estß na sala no momento, tem um n·mero de telefone para retornar a ligaτπo". Nπo importava a hora do dia em que ligasse(*). Nada de email detalhando o quanto eu ia receber para escrever a coluna. Outra revista me ofereceu grana, mas queria pagar s≤ depois que a(s) reportagem(ns) saφsse(m) nas bancas. Queriam que eu contasse tudinho tudinho (coisas que talvez colocassem amigos em dificuldades) para (noventa dias) depois (quem sabe) me pagar R$50,00 ou R$100,00. Se eu chegar num ⌠nibus em Sπo Paulo, com roupa de rato de praia e falar: "Gente: nπo vi aqui para assaltar nem roubar ninguΘm: sou apenas um jovem desesperado por que minha avozinha, coitada, estß lß na minha casa de praia, em Angra dos Reis, triste, desesperada, desconsolada por quΩ quebrou uma peτa do Jet-ski dela! E tem que importar de Miami a reposiτπo. Eu pediria a vocΩs uma modesta contribuiτπo, vale qualquer coisa, Vale-transporte, Vale-cargo-p·blico, ticket-refeiτπo, por favor, ajudem a minha av≤ a voltar de novo a usar o Jet-ski dela".. se eu fizer isso nos ⌠nibus de Sπo Paulo, Θ capaz que em 1 ou 2 dias acumulo bem mais do que R$50,00 ou R$100,00 e olha que paulista estß difφcil de abrir a carteira. Quantos rep≤rteres nπo me procuraram para reportagens e aparecer na televisπo? S≤ de televisπo recusei pelo menos umas 4 ou 5 ofertas, incluindo web-TV. Uma me procurou falando que a coisa era especφfica comigo. Depois de 20 minutos de conversa, me pediu para levar junto tambΘm um "hacker do mal" para se contrapor a mim. A TVUSP eu atΘ concordei em ajudar a fazer um documentßrio sobre o assunto, que ficou muuiiito bom. O resultado mais interessante (da minha recusa em ajudar jornalista) foi uma da Revista GALILEU. Nem me dei ao trabalho de falar mal da reportagem do cara no fanzine, seria propaganda. O sujeito se baseou no canal Discovery para se informar sobre o assunto. E como escrevia mal. Contei uns 20 ou 30 erros, desde erro de digitaτπo simples (errou meu nome e o de outros sujeitos) atΘ erros conceituais (gozado Θ que vßrios trechos da reportagem foram repetidos em livros vagabundos sobre "hackers" e minha tagline "eu acesso, logo existo" foi comentada sem receber o crΘdito). Claro que toda essa falta de ajuda teve uma resposta a altura: fazem a hist≤ria da internet brasileira e nπo tocam nunca na existΩncia do fanzine. Tem reportagem sobre hacker, nem mencionam, na maioria das vezes. Outro tipo de pedido de ajuda foram de pessoas querendo dicas sobre hackers para escrever livros. Algumas para melhorarem a capacidade de trabalho. Poderia fazer um livro com os diferentes tipos de email que tinham como objetivo me perguntar como se invadia sistemas, zerava a conta de telefone ou "quero ser hacker, me ensina". Nπo sei como o pessoal pode me achar capaz de fazer esse tipo de coisa. Pela l≤gica, seria dar bandeira, o mesmo que sair na rua com uma camiseta "sou assaltante, me prenda". Mas todo dia chegava email. Durante um tempo fiz um email com auto-responder: a pessoa mandava o email para lß, jß recebia automaticamente uma resposta educada, falando que eu nπo fazia isso. Pagar pela ajuda, acho que s≤ uma pessoa falou nisso.. Mas, voltando ao assunto.. houve um ano em que aquilo que a Mφdia poderia chamar de "Movimento Hacker" (coisa meio fantasiosa, de certa forma) estava efervescente. Com o Windows 95 era bastante fßcil o acesso α internet. Os CDs de instalaτπo com o Internet Explorer poupavam o sujeito de ficar aprendendo sobre o computador dele, coisa que era quase um ritual de iniciaτπo. O cavalo de tr≤ia "Back Orifice" ainda nπo era a mania que virou mais tarde, com todo mundo mandando "presentes de grego" possibilitando invas⌡es de micro que usavam Win95. A revista Internet World publicou um conjunto de reportagens sobre inseguranτa informßtica, que (junto com material meu, foram reunidas em livro por um cara que nem sequer deu o nome dos autores) detalhando quase todas as dicas para as inseguranτas do Windows95, o sistema operacional que montes de caras como eu se recusaram a aprender a usar, durante bastante tempo. As reportagens ficaram desatualizadas em pouco tempo. Mas tanto aqui como em outros lugares do Paφs, as palavras de ordem para qualquer imbecil era "nukar", "mailbomb", "Denial of Service", "Trojan", "lamer". As pessoas que entendiam isso se denominavam "hackers". A lista "hackers" da Unicamp foi pro saco. Era quase a primeira em n·mero de assinantes. Detalhe: houve Θpoca em que um terτo deles era de email "gov.br". Vai saber por quΩ.. (eu atΘ sei, mas fica pro livro). A pior e a melhor parte foi um encontro da Faculdade de Comunicaτπo da UFBA, em Salvador. Detalhei isso no fanzine, disponφvel no URL http://www.inf.ufsc.br/barata/combah.htm . Muitas palestras foram interessantes e esse foi o lado bom, a melhor parte. A parte que foi ruim foi a palestra da representante do UOL, uma palestra da Marion Strecker, a toda-poderosa do UOL, na Θpoca um portal muito bom que permitia ler jornal tipo Folha de Sπo Paulo e outras revistas de graτa. A menina dos olhos do UOL era um estudo do p·blico leitor do UOL. A Marion terminou a palestra comentando que tipos de funcionßrios a empresa queria. Isso eu nunca vou me esquecer, queria ter gravado em fita cassete. "N≤s do UOL queremos alguΘm com: * Conhecimento de vßrios idiomas * VivΩncia no estrangeiro * Conhecimento de todas as ferramentas da internet, html, etc.. * Estilo de escrita sarcßstico e interessante * etc.. " Coisa inspiradora de se ouvir quando se Θ estudante de comunicaτπo como a maioria dos presentes. S≤ que o UOL tinha aberto uma vaga para redator, mais ou menos um mΩs e meio antes. Inscriτπo On-line. A minha grande chance: espero ela, a grande chefe do UOL terminar sua palestra e pergunto, na frente de todo mundo por que Θ que eu, que tenho todas as qualidades ali descritas como essenciais para o UOL, por que eles abriram um processo on-line de inscriτπo e alΘm de nπo me escolheram nπo me enviaram o resultado. Fui educado e nπo fiz isso. Acabei optando por deixar para perguntar na saφda. A ·nica resposta foi "Θ, eles deviam ter enviado um email pelo menos". TambΘm aproveitei para perguntar se o conte·do do UOL ia continuar gratuito e batata: segunda-feira seguinte jß estavam restringindo para quem era assinante. Com a explosπo da internet no Brasil, as opτ⌡es se restringiram um pouco. Em pouco tempo, o conhecimento de Unix deixou de ser um diferencial, passou a ser desnecessßrio. Os "manuais" de vandalismo eletr⌠nico que incluφram isso fizeram um monte de palermas estudarem isso a toa. A toa por que quem estuda UNIX a sΘrio nπo se liga em vandalismo eletr⌠nico. Tem muita coisa para estudar para se ficar pensando em ferrar com a vida dos outros. Quem estuda pouco nπo acha graτa em nada. O ambiente Windows por outro lado, nem Θ preciso comentar. E o fato Θ que muita gente comprou livro que ficou encostado na estante. Serviu s≤ para mostrar pro amigo. As salas de Chat aprenderam rapidinho a fechar suas portas pros vΓndalos. O fanzine Barata ElΘtrica deixou de ser o ·nico. Vßrios outros comeτaram, como o Alternetive (ainda em funcionamento atΘ hoje, veja minha entrevista pro autor no URL http://www.ufsm.br/alternet/zine/be.html continua lß), o Hack.br (baseado no Barata), o Technorßculo, o Mundi, o Dr.Byte, Infotime, Uivo, etc.. (tem uma lista no http://www.inf.ufsc.br/barata/barata9.html . Se eu parar para escrever faτo um livro s≤ com o material que eu tenho. Em todo o Brasil o Barata ElΘtrica foi praga, incluindo nas BBSes onde tambΘm foi o primeiro fanzine. Chato Θ que nπo falava quase nada do ambiente mais comum de transmissπo, que eram as BBSes (isso atΘ a internet tomar conta). Quanto a ezines hackers, putz! O ·nico que me lembro ter gostado foi o Nethack. Coloquei uma relaτπo deles em http://www.inf.ufsc.br/barata/new.htm mas nem tentei ir muito fundo na descriτπo desses fanzines, daria um livro, um monte deles era c≤pia uns dos outros, ficou para outro dia. O Axur 05 foi o grande concorrente em popularidade. Falavam mal do meu fanzine pra caramba. Editaram pouco, cerca de 4 exemplares. No ·ltimo moderaram o tom, a gente fez as pazes e qualquer dia conto o resto (ou vc pode ler em http://www.inf.ufsc.br/barata/hackpoa22.html ). Tendo comeτado o mestrado na USP, foram tempos difφceis. Sofri perseguiτ⌡es. Como por exemplo, um cara que jß tinha conseguido meses de suspensπo, vßrias reclamaτ⌡es por comportamento agressivo entre outras. Queria uma briga comigo, nπo topei. Para tentar me forτar, espalhou e tentou convencer gente que eu era capaz de alterar a nota dele no sistema de notas da USP. AtΘ que gostaria de ter essa capacidade. Teria terminado meu curso mais cedo, teria entrado na P≤s-graduaτπo quando era algo quase automßtico, receber bolsa de P≤s, entre outras facilidades. A sorte (dele) Θ que a coisa nπo deu em nada. O pessoal de informßtica da USP, salvo exceτ⌡es que nπo estπo no topo da hierarquia, nπo gosta da minha pessoa. Talvez por conta da primeira vez que apareci numa reportagem de jornal como "hacker", no jornal Estado de Sπo Paulo, 26 de abril de 96. Shimamura prendendo o Mitnick. Me ferrei nessa. O Carlos Graieb me colocou como o "hacker mais conhecido do Brasil". Mas "hacker" no contexto da reportagem seria alguΘm que invade sistemas. Teve funcionßrio que entendeu tπo errado que repete por aφ que eu tinha sido preso. E a lenda se espalhou. Se houvesse jeito de comprovar algo contra mim, nπo manteriam meu email rodrigde@usp.br quando entrei na P≤s. O segundo pior epis≤dio desse preconceito foi um sujeito que chegou a trabalhar comigo num lugar uns 6 meses. Conseguiu ser Root legalmente, cuidava da seguranτa de um laborat≤rio de computaτπo. Fora da USP, digamos. Parecia ser alguΘm competente e responsßvel. E atΘ era, s≤ que ficou paran≤ico de tanto ler sobre seguranτa informßtica. Uma dia decidiu que ia fazer um ftp site com fanzines hacker e pediu minha ajuda. Sem avisar, tentei fazer um upload de uma pß de zines para o local. Nπo tinha seτπo de "incoming". Desisti de jogar os arquivos dentro do site. No dia seguinte ele me mandou email dizendo que eu tinha tentado invadir o site dele! AtΘ que ele foi competente. Quis me ouvir primeiro. A bronca que eu dei no telefone foi memorßvel, tanto em volume quanto em raz⌡es e ele foi muito decente em ouvir atΘ o fim. Por que eu nunca seria capaz de fazer isso, danificar o trabalho de outra pessoa e ≤bvio dos ≤bvios tambΘm nπo usaria meu pr≤prio nick durante o processo, etc, etc.. O Derneval que faz o fanzine Barata ElΘtrica nπo pode fazer isso. Foi uma situaτπo difφcil de segurar. Isso aconteceu com um cara que trabalhou comigo. Minha conclusπo Θ que serviτo de seguranτa informßtica realmente deixa qualquer um paran≤ico e que a pessoa fica procurando chifre em urubu se nπo tomar cuidado. Olhando desse Γngulo, coitado do pessoal da USP que ficou vigiando minha vida na internet pensando que um dia iam comprovar que sou perigoso.. tanto trabalho em vπo. Eu nπo posso atirar a primeira pedra nesse assunto de paran≤ia. Se bem que paran≤ia Θ quando vocΩ *imagina* uma perseguiτπo. Meu caso Θ de ver minha conta internet travada por motivos est·pidos ou sem motivo nenhum e uma grande lista de "coincidΩncias" e outras coisas estranhas, muito estranhas. Uma vez telefonei para um pessoal lß no RS. Disse que nπo podia ir por falta de carona. TrΩs dias depois recebi oferta de carona exatamente para Porto Alegre, via email. AlguΘm tinha colocado meu email num serviτo de caronas via internet! Detalhe: a pessoa com quem falei jurou que nπo tinha falado isso para ninguΘm, mas que ela mesma jß tinha checado seu telefone para grampo e detectado que podia estar grampeado. Nunca soube quem foi. Outra foi o aparecimento de uma menina pedindo para usar o micro no meu lugar de trabalho. Assistiu Shrek? Lembra da princesa? Se a menina vestisse igual, iam falar que saiu da tela. Inclusive fazia cafunΘ. E .. tambΘm queria ser hacker. Aφ a d·vida: eu tinha anunciado para meio mundo que estava escrevendo um livro sobre hackers. Nπo foi a ·nica loira. Teve outra, ambas com algo em comum: eram parecidas com a foto de um poster que eu tinha na parede do meu quarto. Qualquer dia vou colocar an·ncio vendendo para o pessoal que acredita em simpatia: basta colocar este poster numa parede voltada para a janela que dß de frente para outro apartamento e aparece uma igual na sua vida. O que nπo quer dizer que ser conhecido como hacker dß sorte com as mulheres. Namorei uma garota por cerca de 4 anos. Acabou, dois anos depois quis me encontrar com ela de novo. Ela ficou adiando atΘ que um dia me mandou uma carta por correio normal: nπo queria me dar seu email por que tinha medo de hackers. Duas bebedeiras depois fui falar com ela e atΘ descobri que usava Internet Explorer e Outlook como mailer. Coitada. As melhores portas de entrada para vφrus de computador e outros c≤digos maliciosos. Como Θ que Θ a canτπo mesmo? "╔, nessa minha casa tem goteira.. pinga ni mim.. pinga ni mim." A parte boa da coisa de ser famoso Θ poder ir em qualquer lugar e fazer amizades quase instπntaneas com gente legal. Ou encontrar ao vivo gente que jß conheci de nome, on-line. Foi assim com o criador do manual de violaτπo de telefones. Eu estava com uma camiseta do fanzine numa discoteca e o cara me descobriu. Em Salvador tambΘm foi assim. Conheci um sujeito de MG que tinha sua pr≤pria turma de fuτadores em MG. Outra estava vendo um cara estudando no ⌠nibus, conversei, depois de um tempo perguntei, o cara quase engasgou. ╔ legal ver essa reaτπo (positiva) das pessoas. O chato Θ quando voltam com aquela velha pergunta: "me ensina a ser hacker"? Ou pior, querem tirar foto junto comigo. Normalmente dß azar e a amizade acaba ou diminui drasticamente em pouco tempo. A pessoa arma uma situaτπo constrangedora onde eu topo tirar a foto e pouco tempo depois descubro que era armaτπo. Teve um caso em que continuei falando com a pessoa, mas perdi o contato. Noutro caso, o sujeito armou uma viagem s≤ para conseguir o feito. Tirar foto Θ algo que pode atΘ ser inocente, mas o quΩ o cara faz com ela? Fazer propaganda pros colegas que me conhece? T⌠ fora. Exceτ⌡es atΘ existem mas sπo poucas. Minha orientadora, por exemplo. A luta agora Θ tentar fazer um doutorado, jß que estou terminando o mestrado, com a dissertaτπo "Entre Gabeira e Guevara: Notas sobre os escritos da Luta Armada". Era para ser sobre a vida na clandestinidade, coisa explorada no documentßrio de Patrφcia Moran, "Clandestinos", vide a mostra de documentßrios "╔ tudo verdade" http://www.kinoforum.org/php/kino_docs/ficha.php?op=show&index=7581 . Nem cheguei a assistir, mas a sinopse fala a idΘia que eu tinha quando comecei. Sim, claro que minha preferΩncia inicial seria usando o tema hackers, mas como nπo fiz a graduaτπo nem o mestrado em ßreas de informßtica, ficou meio difφcil. E nπo sei se vou poder fazer doutorado usando o tema de seguranτa informßtica. Como minha formaτπo nπo Θ de soci≤logo (para fazer algo na ßrea de Antropologia Θ necessßrio) analisar a turma tambΘm estß meio fora, depende muito do orientador. AtΘ tive uma oferta de orientaτπo, mas para fazer em 2 anos. Ainda estou pensando. O tema hackers me Θ muito caro, mas nem tudo na vida Θ como a gente quer, vamos ver, os dados estπo rolando. (*) Nπo existe coisa mais nojenta do que ter que "caτar" a pessoa via telefone. Muito difφcil eu fazer isso, principalmente pra jornalista.