Barata Eletrica27:(faltagrana27.txt):13/10/2002 << Back To Barata Eletrica27


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Cunha A falta de dinheiro Θ a raiz de todos os males (J.R.R. Tolkien) Hß poucas coisas na vida das quais vocΩ nπo pode ter certeza, mas falta de dinheiro Θ algo bastante comum. Pessoalmente, s≤ duas coisas existem realmente, na vida: morte e falta de grana. Todo o resto Θ ilusπo. Talvez eu esteja "viajando na maionese". Mas quem tem d·vidas pode perguntar para o pessoal lß da Argentina, se eles concordam comigo. Pergunta para o pessoal da Bahia, quando o banco deles foi para o brejo e atΘ o (hoje finado) Jorge Amado estava na passeata para tirar o dele. Talvez concordem. Falta de dinheiro pode acontecer com qualquer um. Talvez aconteτa com todo mundo, quando o novo presidente assumir (independente de quem seja). Mesmo se nπo acontecer com todo mundo, nπo interessa. Sabe qual a diferenτa entre a Recessπo e a Depressπo? Recessπo Θ quando os outros perdem o emprego. Depressπo Θ quando vocΩ perde o emprego. E mesmo que nπo perca. Acredita em mim: a falta de "grana" (bufunfa, prata, d≤lar) ainda pode chegar atΘ vocΩ. Nπo acredita, entπo me manda algum que a coisa estß brava, por aqui. A questπo monetßria "Dinheiro nπo Θ tudo, mas Θ 100%", jß dizia o Falcπo. Mas o dinheiro Θ uma invenτπo humana. O poder econ⌠mico Θ mais importante do que o dinheiro em si. QualΘ a diferenτa entre um e outro? Bom, o dinheiro nπo vale nada se vocΩ nπo pode comprar o que vocΩ quer. E tambΘm nπo significa nada se vocΩ tem tudo o que quer. Um φndio precisa de dinheiro? S≤ quando vai lidar com o homem branco. ╔ puro papel. Sπo apenas elΘtrons num computador de um banco, falando que seu saldo estß positivo ou negativo. Numa ilha deserta, dinheiro Θ s≤ papel. Essas sπo as necessidades bßsicas para a sobrevivΩncia de um ser humano: Ar, ┴gua, Comida, Roupas e Abrigo. Mas talvez seu maior problema nπo seja viver numa ilha deserta que nem o Tom Hanks no filme "Nßufrago"( Cast Away ). Talvez seu problema seja nπo dar um tiro na cabeτa, enquanto a soluτπo nπo vem. Conheτo gente que acreditava piamente que "homem que Θ homem nπo chora". Aφ um dia a bolsa de mestrado atrasou por 2 meses.. podia falar tambΘm daqueles dias do famoso "Plano Brasil Novo", alguΘm se lembra? Conseguir viver sem dinheiro dß uma auto-confianτa bastante grande. Rico se suicida. Pobre nπo. VocΩ vΩ o cara lß na sarjeta, estß na pior, mas chega o carnaval ou a vit≤ria do time dele, estß lß, rindo. A falta de dinheiro pode ser fonte de inspiraτπo, vide o livro "Anjo Pornogrßfico" (Ruy Castro) Θ que mostra bem esse lado da vida. O que vocΩ realmente precisa para viver, nos dias de hoje: * amigos * ocupaτπo * vestußrio * alimentaτπo * diversπo * transporte Amigos e parentes Se existe um benefφcio em ficar sem dinheiro, Θ descobrir o quanto vocΩ vale como ser humano. PorquΩ aφ vocΩ descobre algo melhor do que dinheiro: ter alguΘm ao seu lado. E Θ nessa hora que se descobre tanto se os amigos e parentes que tem sπo solidßrios ou nπo. Se vocΩ tem companhia, pode ter tudo. Apenas tem que se lembrar que agora a situaτπo Θ outra. Nπo pode nem se "enconstar" nos amigos nem pode ficar cobrando deles uma ajuda. Uma vez li um artigo (copiado de alguma publicaτπo americana) onde se comentava a vida de ex-socialites. Tipo o antes e o depois de uma socialite. Jß parou para pensar como vive uma ex-high-society? Falo daquelas que nπo engravidaram antes de largar o cara. Pois Θ. Uma delas inventou o mΘtodo de continuar vivendo o mesmo estilo de vida de antes, mas morando uma noite em cada lugar. Tipo: "xi, o horßrio do ⌠nibus jß foi, posso passar a noite aqui". Isso depende muito da capacidade de cada um de ficar pulando de galho em galho. Durante o tempo de estudante, vi muito isso. Alißs, quando morei no exterior, tambΘm passei por algo parecido (cada noite num lugar), mas foi em Paris. ╔ preciso muita, mas muita disciplina e simancol para se antecipar aos problemas que fatalmente acontecem, como cobranτas das mais variadas. Detalhe: as cobranτas e picuinhas sempre existem. Quando vocΩ estß sem grana Θ que fica mais sensφvel a elas. Ocupaτπo Nπo se pode ficar simplesmente parado. Isso Θ o mais bßsico. Lutar pela sobrevivΩncia Θ sempre algo que exige disciplina. E muita. ╔ preciso organizar a vida, mesmo se nπo hß nada o que fazer com ela. Nπo se pode simplesmente ficar esperando sentado dentro do banco atΘ o dinheiro chegar na conta. O desΓnimo toma conta rapidinho. E aφ, meu caro, vocΩ estß perdido. Vai precisar de alguΘm para te empurrar para fazer as coisas. E para baixo, todo santo ajuda. Algum tipo de ocupaτπo sempre ajuda a manter o contato com a realidade. E quando se estß sem dinheiro, Θ fundamental ver alΘm do que estß a sua frente para poder alterar essa realidade. Uma vez fiquei ilhado num aeroporto, por quase 3 dias, antes de poder voltar para o Brasil. Escrevia todos os meus passos, um verdadeiro livro sobre como foi minha estadia na europa. Deu vßrias pßginas de papel. De tempos em tempos ia fazendo outras coisas, conversando com gente. Foram 3 dias produtivos. O texto acabou se perdendo por conta do zelo do pessoal do aeroporto, que jogou fora pensando que fosse lixo, mas cumpriu com a sua finalidade. Vestußrio Roupa nova torna-se um luxo. O interessante Θ manter um conjunto de roupas com aparΩncia de novas para quando for necessßrio. Sempre existe necessidade. Pode ser uma entrevista de emprego, uma festa (comes e bebes α vontade) ou mesmo para freqⁿentar um ambiente onde o dinheiro nπo Θ necessßrio, como a casa da namorada. A pior parte da vida sem dinheiro Θ ficar se comparando α outras pessoas que podem, por exemplo, comprar roupa nova. O problema nπo Θ a ausΩncia de roupa nova, Θ ficar se comparando αs outras pessoas. ╔ difφcil enxergar isso. Claro que com o passar do tempo, a pr≤pria preocupaτπo da pessoa com a roupa passa para as pessoas ao lado e elas comeτam a cobrar uma atitude quanto ao vestußrio. Sei lß como sair disso, o fundamental Θ manter a roupa limpa e passada. ╔ aφ que entra a necessidade de se manter ocupado. Quando se estß desocupado totalmente, gasta-se tempo (α toa) se preocupando com uma besteira dessas. A preocupaτπo deveria ser dirigida para formas de se manter a roupa limpa ou sei lß, alguma alternativa obscura. Diversπo Para nπo perder a cabeτa, Θ preciso alguma forma de distraτπo. Em cidade grande, sempre existem formas alternativas de se manter a cabeτa alegre, sem grandes gastos financeiros. O problema pode ser o quesito transporte, mas sempre existe. Nessas horas Θ que se percebe como a sociedade de consumo te aleija de oportunidades simples de curtir a vida. Quando o Collor assumiu o governo, assisti quase todos os filmes de um ciclo de cinema japonΩs do p≤s-guerra, que por acaso estava passando gratuitamente num cinema perto de casa. Tudo bem que foram filmes que detestei, mas era um tipo de diversπo. A diversπo nπo Θ s≤ gastar e consumir, mas tambΘm usar a cabeτa para produzir diversπo. Se a sua cabeτa nπo estß legal, nπo existe diversπo. Pergunte para qualquer noivo no dia do casamento se ele estß achando graτa na cerim⌠nia. Talvez o grande problema seja se divertir com os amigos. Vai ser um pouco mais difφcil. Precisa um pouco de prßtica, jß que a sociedade de consumo faz do consumo um elo de ligaτπo. Aproveite isso como introspecτπo. Muitas vΩzes, o gasto de dinheiro Θ apenas uma forma de evitar o tΘdio. ╔ preciso entπo espantar o tΘdio de outra forma. No inφcio, Θ difφcil "planejar" a alegria. A grande dica Θ ser a "alma da festa". Ser aquele cara que conta os "causos" e piadas. A necessidade faz o sapo pular. Alimentaτπo Com certeza serß necessßrio alterar os hßbitos alimentares. Maxim's, Ritz, MacDonalds por exemplo, tudo isto estß fora. Que mais? ╔ preciso planejar para que entre um cardßpio mais ou menos equilibrado na sua nova dieta. PorquΩ a comida influencia a cabeτa. Se vocΩ come mal, pensa mal e acaba fazendo besteiras as mais variadas (lembra do que falei sobre disciplina). Recomendo investir em frutas e vegetais, na feira. ╔ mais barato e sustenta bem. Chato Θ que tem pouca proteφna e digere bem rßpido, aφ vocΩ pode sentir fome de novo. O jeito de combater isso Θ ter horßrios especφficos de comida e s≤ comer naquele horßrio. Os mΘdicos recomendam, assim como recomendam vitamina C todo santo dia. Umas pφlulas de 500 ml (mais do que isso o organismo nπo absorve) bastam. Ou outro complemento vitamφnico. Mas fique longe do ßlcool enquanto isso. Uma porquΩ vicia e duas porquΩ a ressaca fica bem pior. Transporte Esse Θ outro problema. Viajar Θ quase impossφvel. A nπo ser que vocΩ seja um tipo aventureiro e saiba viajar de carona. Graτas α internet, hß vßrias formas de se combinar viagens desse tipo. Mesmo sem a internet, Θ possφvel se conseguir, basta esticar o dedπo na saφda de alguma cidade e manda ver. S≤ que o motorista vai querer bater papo e aφ Θ s≤ jogar aquela hist≤ria de que sua av≤ estß inconsolßvel com o jet-ski dela parado por falta de uma peτa (como bom netinho, vocΩ vai de carona para economizar). Dentro da cidade, aφ jß Θ outro problema. Hß trocentas formas de se usar um ⌠nibus ou metr⌠ sem pagar a passagem. Mas um amigo meu, (vagamente parecido com o J⌠ Soares, depois de anos de cerveja), se acostumou a ir a pΘ para tudo quanto Θ lado. Eu aconselho jß que isso economiza no quesito exercφcio. Ajuda a manter a cabeτa no lugar. Religiπo versus Ideologia versus Classe Social ╔ muito fßcil ser humilde quando nπo se tem imaginaτπo. E muito difφcil ser arrogante quando nπo se tem grana. Nunca entendi muito bem como Θ que um paφs como o nosso pode eleger gente como o Collor (e isso foi antes da urna eletr⌠nica). Mas tambΘm nπo entendo como Θ que elegeram o Menem tantas vΩzes na Argentina, muito menos como o Maluf ainda concorre atΘ hoje. Em alguns casos, torna-se necessßrio repensar a opτπo polφtica. PorquΩ se vocΩ nπo tem dinheiro, provavelmente vai ter algo em comum com muitos caras que estπo na pior que nem vocΩ. VocΩ estß na classe dos "excluφdos". Outra coisa Θ a questπo religiosa. A crenτa em Deus aumenta proporcionalmente ao vazio do bolso. ╔ nessas horas que aparecem os "bate-papos evangΘlicos", os "discφpulos do caos", todo um bando de gente querendo ajudar. E Θ bom estar preparado para aceitar ou recusar essa ajuda. Um (ex) amigo me contou que topou uma festinha "bφblica" s≤ por conta do rodφzio de pizzas que acompanhava. Foram horas e horas de encheτπo de saco (leitura de passagens da bφblia e discurso evangΘlico) atΘ vir a comida. Depois teve um "teatrinho" onde cada participante tinha que fazer de conta que era um bicho, tipo "eu sou uma borboleta" (aφ ficava com os braτos esticados abrindo e fechando, subindo e descendo pela sala). Depois.. vinha a proposta de "iniciaτπo bφblica". Era escolhida uma pessoa do grupo que seria o responsßvel pelo seu "estudo bφblico". Era um grupo que nπo tinha nenhum preconceito, aceitava todos os tipos de cheques prΘ-datados para parcelar a iniciaτπo. CrΘdito Todo mundo precisa acreditar em alguma coisa. Gente que empresta precisa ter muita fΘ em Deus e Θ preciso que vocΩ estimule a fΘ daquele que vai te emprestar, pois ele Θ sagrado. E aconselho a nπo dar calote. Pague religiosamente o que deve. ╔ mais fßcil voltar a pedir emprestado depois. ╔ bastante importante lembrar que os amigos que vπo saber das min·cias dos seus problemas nπo devem ter qualquer forma de contato com aqueles que vπo te emprestar dinheiro. Ah, sim, uma hist≤ria triste vai longe, dependendo de onde vocΩ e com quem convive. Daφ o que falei sobre disciplina, manter a cabeτa no lugar e uma ocupaτπo. Socialmente falando, vocΩ pode ficar doente, mas insolvente, nunca. Deus do CΘu, fico atΘ envergonhado de contar tudo isso. Mas qualquer pessoa, seja rico, seja pobre, sabe bem do que estou falando. Podem atΘ mentir e dizer que nπo. Faz parte do jogo. Mas no que se refere ao crΘdito, somos todos iguais. Drogas Isso estß virando um livro, jß. Mas como falei acima, fique longe da bebida (apesar que Malzbier, Carac· ou Xing· + um salgadinho Θ ≤timo para aplacar a fome, em emergΩncias). Jß vi tambΘm gente "viciada" em aspirina. Outros ficam assistindo sessπo da tarde (nπo entendo como liberam a sessπo da tarde e proibem a maconha, sinceramente). Ficar assistindo televisπo direto Θ a pior coisa que um ser humano pode fazer, quando em situaτπo desesperada. Se drogando idem. Fumar cigarro entπo nem pensar. Se a falta de dinheiro Θ um suplφcio, Θ preciso tentar encarar de cara limpa, sem alienaτπo (pelo menos sem alienaτπo todo dia). Claro que falar Θ muito mais fßcil do que fazer. Mantendo o moral alto Seria muito fßcil falar que isso Θ o essencial. ╔ o mais difφcil de tudo. Veja bem: ninguΘm agⁿenta gente histΘrica. Nem pπo-dura. Se vocΩ Θ convidado para uma festa, resista α tentaτπo de levar alguma coisa para comer depois ou mesmo cair de boca na comida. O prΩmio de resistir a tentaτπo Θ ser convidado para outras festas. Outra coisa Θ contar atΘ 100 antes de conversar assuntos delicados. Existem vßrios truques para se manter a calma, mas nem vou ensinar. Ou se aprende sozinho ou nπo se aprende. S≤ se sobrevive a uma crise mantendo a calma. Lembre-se sempre a mßxima de Nietsche: o que nπo te mata, te torna mais forte. Est≤rias e Fontes de inspiraτπo Uma ≤tima forma de se entender melhor a grande mudanτa que Θ ficar sem recursos Θ recorrer aos livros e bibliotecas. ╔ outro tipo de alienaτπo, mas lß pelo menos pode-se conhecer gente e se manter longe de problemas. Algumas entrevistas sπo ≤timas. Tinha uma autor, acho que prΩmio Nobel de literatura que era "morador de rua". Ficava noites inteiras no metr⌠ de Londres, durante o inverno, atΘ fechar. Ficou desse jeito, atΘ conseguir uma editora, vßrios meses. E depois mais alguns meses, atΘ o livro comeτar a vender. E ele poder receber o suficiente em dinheiro para poder finalmente sair dessa rotina. Qualquer dia descubro onde li isso. Outra hist≤ria que li numa revista de motociclismo foi de um mecΓnico de competiτ⌡es tipo "Paris-Dakar" que fez a faculdade toda morando na rua. Isso Θ apenas um trecho da entrevista, ele nπo aprofunda muito isso. Mas tambΘm perdi a referΩncia. John Paul-Getty (acho que foi ele) contava que no inφcio ele precisava vender o almoτo para comprar o jantar (atΘ ganhar uma heranτa e ficar rico). Mickey Rourke Θ que tinha uma biografia fantßstica no que diz respeito α falta de dinheiro, atΘ ficar famoso. A hoje famosa Madonna jß fez fotos nuas para faturar algum. Outra entrevista que poderia inspirar muita gente passou no J⌠Soares, no tempo do SBT. Era um cara que ficou famoso nos EUA, nπo lembro qual o barato que ele fez que justificava a entrevista, parece-me que era algo a ver com participar do filme "2001 - uma odissΘia no espaτo" (ainda estou procurando o nome dele nos crΘditos). Mas enfim, o que interessa Θ que ele "venceu" em Hollywood. Aφ contava ele que no inφcio ele sabia muito pouco inglΩs e foi aprendendo aos poucos. No inφcio era s≤ "hot-dog". Depois "bread". Depois de um tempo ele aprendeu a falar "butter". E com o passar do tempo foi aumentando o vocabulßrio. Claro que nessa altura da conversa ficava claro que o que ele estava contando N├O era uma piada. Aφ o J⌠ perguntou, para mudar um pouco o assunto: "com todas essas dificuldades, qual que vocΩ acha mais difφcil, fazer sucesso aqui no Brasil ou lß nos EUA". Aφ a cara dele mudou totalmente, ficou alegre: "J⌠, fazer sucesso lß Θ muito mais fßcil, nem tem comparaτπo". Dramßtico, dramßtico. Legal mesmo sπo os filmes. Alguns sπo altamente recomendßveis, como "O pescador de ilus⌡es". Literatura sobre o assunto tem muita. Os primeiros tφtulos que vΩm α cabeτa sπo "Um dia na vida de Ivan Denisovitch" (Soljenitsyn) e "Crime e Castigo" (DostoiΘvisky). George Orwell escreveu "Na pior em Paris e Londres", mas esse eu sei de cor, nem precisei ler (estive lß). "On the Road - PΘ na estrada" do Jack Kerouack Θ muito bom, tambΘm. Recomendaria meu pr≤prio livro, "O CRUSP visto por um mineiro", disponφvel gratuito em PDF e em html na internet, na pßgina (nπo oficial) do CRUSP no http://www.crusp.virtualave.net . Quem quiser dar algumas idΘias, pode mandar para o meu email derneval(arroba)softhome.net com subject "vivendo sem grana". O extremo do extremo Bom, hß o limite do limite. Quando a ausΩncia de dinheiro se torna cr⌠nica, Θ provßvel que, por mais que haja amigos, parentes, alternativas, pinte um quadro que torna a convivΩncia meio chata. Fica mais chata ainda quando se descobre que nπo tem vaga no Juqueri nem no Pinel. Os primeiros sintomas sπo os mesmos exibidos pelo Michael Douglas no filme "Dia de F·ria". ╔ um filme para se rever. ╔ o perφodo ideal para sair com US$500.000,00 no bolso. NinguΘm te assalta para vocΩ poder matar em legφtima defesa. Parece brincadeira, mas a coisa pode ir num crescendo atΘ atingir o ponto em que atitudes desesperadas sπo consideradas, tipo aquele empresßrio que fez um seguro de vida e conseguiu que alguΘm cortasse fora a mπo dele, alegando dφvida com a Mßfia ou coisa do gΩnero. ╔, alguΘm fez isso. E tambΘm foi manchete no mundo todo. Dias depois descobriu-se que o cara realmente tinha conseguido que alguΘm cortasse a mπo dele s≤ para simular um atentado. Versπo de rico do que acontece nas fßbricas. O sujeito estß ruim de grana, "apronta" para perder o dedo dele num "acidente". Aφ embolsa o seguro e alivia a situaτπo. Quem me contou essa hist≤ria jura que Θ bastante comum. A coisa fica preocupante quando as pessoas comeτam a nπo te ouvir. ╔ impressionante, mas nessa situaτπo, a pessoa perde a noτπo de dißlogo. E algumas pessoas farejam a fraqueza e usam isso como arma. ╔ muito legal, porquΩ a pessoa que conversa contigo percebe a dificuldade de auto-controle e joga isso na cara da pessoa, praticamente estimulando um "ataque" ou "surto". Quando acontece no meio do emprego, o passo seguinte Θ jogar isso na cara do sujeito toda vez que o cara for pedir aumento de salßrio ou recusar uma tarefa difφcil. Daφ a necessidade de cabeτa fria e ficar escutando m·sica clßssica direto. Ajuda um pouco. Mas Θ bom saber que vocΩ inconscientemente estarß buscando um saco de pancadas. O desagradßvel Θ que se acontecer de encontrar, vai se arrepender. Provavelmente serß alguΘm inocente e que nπo merece. Nπo Θ que as coisas vπo parar de dar certo. ╔ que o normal (nessas circunstπncias) Θ agir por impulso, sem pensar. Qualquer coisa que vocΩ fizer e der errado, vπo contabilizar. VocΩ mesmo vai contabiliza e ficar se culpando, como se pular no abismo nπo fosse suficiente para compensar o(s) erro(s). Se algo nπo for feito para reverter esse quadro negativo, a pessoa para de pensar no futuro ou de achar que amanhπ o sol vai nascer. Minha teoria Θ que em alguns casos, fica cega para ver a kombi, quando atravessar a rua. Nesses dias o melhor Θ ficar em casa. TΘcnicas e truques de sobrevivΩncia. Essa Θ a parte mais interessante, mas vai ficar para outra ocasiπo. http://www.shares.net/moneywisdom.htm